sábado, 22 de outubro de 2011

borboletas negras - de paula van der oest

...rejeitada até pelo próprio pai, o responsável pela censura editorial no regime do apartheid, ingrid jonker é uma jovem poetisa que encontra na escrita a sensação de liberdade... o grande perigo da cinebiografia é que ela pode cair pro lado da homenagem (o que geralmente acontece em hollywood), colocando o retratado em um pedestal... mas pelo menos dois filmes em 2011 provaram que ainda existe 'luz no fim do túnel'... 'gainsbourg o homem que amava as mulheres', cinebiografia do francês serge gainsbourg, e agora 'borboletas negras', um retrato da sul-alfricana ingrid jonker... tratam-se de produções que não estão afim de, digamos, simpatizar com ninguém... nem com os biografados (!) e nem com o público... no filme em questão, por exemplo, graças a deus, a cineasta holandesa paula van der oest (de 'zus e zo' indicado ao oscar de filme estrangeiro' em 2003) expõe as vitórias e derrotas, as qualidades e defeitos, os acertos e erros de ingrid jonker... por vezes, fica quase impossível, mais uma vez, simpatizar com uma megera, louca, autodestrutiva, infiel em meio a brigas, bebedeiras, traições e até um aborto... méritos para a coragem dos realizadores e para o elenco (destaque para a protagonista carice van houten).

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