terça-feira, 30 de agosto de 2011

onde está a felicidade? - de carlos alberto riccelli

...desiludida, uma apresentadora de tv resolve percorrer o caminho de santiago de compostela em busca de autoconhecimento, acompanhada de seu ex-diretor e uma nova amiga... entre os ideais filosóficos de 'comer rezar amar', a estética dos filmes de almodóvar, uma ou outra passagem de um livro qualquer desses de auto-ajuda, pitadas de comédia pastelão e um certo misticismo, é que se encontra o filme do casal carlos alberto riccelli e bruna lombardi... ele dirige, ela atua e assina o roteiro e de quebra ambos produzem... e como família unida permanece unida (hã?) o filho do casal, kim riccelli, ainda faz uma pontinha e ataca de assistente na direção... o resultado dessa familiaridade toda é leve, divertido e honesto... as participações de duas ótimas atrizes espanholas ainda conferem um plus de qualidade na produção... para vocês terem uma idéia de como o longa desce redondo, até bruna lombardi está bem, digo como atriz, porque sua forma aos cinquenta e nove anos é inquestionável né?... enfim, nem alguns exageros aqui e ali, nem os fogos de artifício fakes do final, nem uma atriz mirim irritante e nem a idéia disseminada recentemente no cinema nacional de colocar a letra na tela enquanto toca uma música, atrapalharam o bom resultado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

a árvore da vida - de terrence malick

...a história aproxima o foco na convivência entre pai e filho de uma familia comum e expande a ótica desta rica relação ao longo dos séculos... terrence malick ficaria marcado na história do cinema como um criador recluso, que quase nunca concede entrevistas e nem divulga seus próprios trabalhos, se não fosse pelo seu talento incomum... é claro que a opção por preservar a sua vida particular e não se tornar mais uma celebridade, ajuda a aumentar o culto criado em torno do cineasta de sessenta e sete anos, mas são os seus filmes os maiores responsáveis por colocá-lo no primeiro time da cinematografia mundial... e foram poucos até hoje, já que 'a árvore da vida', é apenas o seu quinto longa metragem em quase quarenta anos de carreira... neste trabalho vencedor da palma de ouro, malick realizou por meio de uma relação conflituosa, uma reflexão filosófica e teológica sobre a existência... uma fabulosa viagem pela origem da vida e seus mistérios, desde o big bang (em um momento sublime), até chegar ao que somos hoje... com elenco, trilha sonora, fotografia, edição e direção em níveis raríssimos de excelência, somos apresentados a seqüências antológicas, que certamente, uma após a outra, constituem um clássico (!) sem precedentes.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

super 8 - de j.j. abrams

...um grupo de jovens que estão rodando um filme com uma câmera super 8, acaba registrando um acidente cercado de mistérios entre um trem e uma caminhonete... questão: o saudosismo é um sinal de decadência? pode ser até que sim, mas nesse caso não é... provavelmente por resgatar memórias de um estilo de cinema que marcou gerações na 'sessão da tarde', pelo elenco super convincente e pelas ótimas seqüências de ação, suspense e até humor orquestradas por um mais uma vez inspirado, j.j abrams... e não é nem uma questão de preferir esse estilo ou aquele da postagem anterior... a resposta contrária para a mesma questão deve-se principalmente ao talento dos envolvidos nas duas produções... diferente do longa nacional, aqui todos sabiam exatamente o que fazer e como fazer... do selo da produtora amblim e o seu emblemático logotipo do elliott voando com a sua bicicleta em 'et o extraterrestre', a todas as outras incontáveis referências aos filmes, por exemplo, do cineasta steven spielberg, responsável pelos maiores clássicos da época e que aqui assina como produtor... é o caso de ligar para os seus amigos e pegar a próxima sessão... por uma questão de competência, a homenagem neste caso, simplesmente funcionou.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

não se preocupe, nada vai dar certo - de hugo carvana

...um ator que se apresenta pelo interior do país com um show de piadas sobre o seu próprio pai, um trambiqueiro, recebe uma proposta tentadora para se passar por um famoso guru internacional, só que nem tudo sai como planejado... questão: o saudosismo é um sinal de decadência? pode ser até que não, mas nesse caso é sim... não sei se é por resgatar memórias de um cinema nacional que nunca me agradou, não sei se é pelo elenco em desempenho questionável (eximindo apenas tarcísio meira), não sei se é pelas inacreditáveis e constrangedoras seqüências pseudo-musicais (com direito a letra e tudo na tela, bem ao estilo 'everybody singing!'), eu só sei que 'não se preocupe, nada vai dar certo' parece querer ressuscitar algo que já estava e deveria (sim!) continuar enterrado... e o diretor hugo carvana recorre a todas as fórmulas, além dos já citados momentos musicais (estou tentando superar isso ainda), o roteiro, por exemplo, possui os elementos comuns aos filmes da tal época: golpes, atividades ilegais e personagens trambiqueiros... mas a verdade é que nem engraçado o longa conseguiu ser (o que são aquelas risadas falsas das platéias presente nos shows do personagem principal?)... enfim, não funcionou nem como homenagem.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

quero matar meu chefe - de seth gordon

...como nem sempre pedir demissão é uma opção, três amigos bolam um plano para se livrarem de vez de seus chefes com a ajuda de alguns drinques e dos conselhos duvidosos de um ex-detento... não importa o gênero, do drama a comédia, acertar o 'tom' é fundamental... acontece que isso não é tão simples assim... aí comédias descambam para a apelação, dramas para o 'supercine' (?), ficção científica para o 'dã!', terror para o trash e assim por diante... em sua maioria, produções que, de alguma forma, alcançaram o sucesso, acertaram na medida do que se propuseram a apresentar... pode ser a história mais ridícula ou absurda, no tom exato, qualquer filme tem o poder de fazer a platéia acreditar e aceitar tudo... enfim, isso tudo apenas para dizer que 'quero matar meu chefe', é um ótimo exemplo de longa que errou e muito no tal tom... do elenco bronzeado artificialmente (alguém realmente acha que fica natural?), ao roteiro (que queria ser 'se beber não case' quando crescer) e a direção (a grande culpada), quase tudo nesse filme tem um ar de 'estou fora do lugar'... jennifer aniston, patética como nunca, kevin spacey, que se tornou uma caricatura de si mesmo e colin farrell, melhor esquecer, ainda conseguiram (incrível!) se 'destacar'... lamentável.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

capitão américa o primeiro vingador - de joe johnston

...o frágil steve rogers se oferece para participar de um programa experimental do exército norte-americano que o transforma no super soldado conhecido como o capitão américa... vou ser bem direto... sabem por que eu gostei do filme 'capitão américa o primeiro vingador'?... porque eu compartilho com quase toda a poupulação mundial de um sentimento anti-americano... não, eu não quero explodir nenhuma bomba na times square e nem apoio esse tipo de atitude, apenas não concordo (guerreiro filosófico) com as ações, principalmente, militares dos norte-americanos... mas durante todo o filme eu nem me lembrei de torcer contra os eua... pelo menos para mim, isso é um fato histórico... e esse acabou sendo o tal motivo para eu ter gostado da produção dirigida por joe johnston (do ótimo 'jumanji' e do terrível 'o lobisomen'), focar no desenvolvimento do super-herói, claro, mas sem cair para um habitual discurso americanóide padrão estúpido... o roteiro é ok (o link para o filme 'os vingadores' é feito sem forçar a barra), o elenco funciona (principalmente tommy lee jones, uma válvula de humor da produção) e os efeitos visuais são super competentes (a transformação frango/bombadão de chris evans é impressionante)... é eu gostei.

sábado, 6 de agosto de 2011

vejo você no próximo verão - de philip seymour hoffman

...mesmo quando tem vontade de progredir, acaba sempre faltando um certo incentivo para jack, isso até conhecer a tímida connie... com quase um ano de atraso, finalmente o público brasileiro poderá agora conferir, mesmo que em pouquíssimas salas, a estréia do sempre ótimo philip seymour hoffman como diretor... não sei vocês, mas eu o considero o ator mais talentoso do cinema norte-americano na atualidade e, por que não, um dos melhores do cinema mundial... junto com javier bardem e daniel day-lewis (outros dois que me fazem levantar e ir ao cinema, custe o que custar), philip seymour hoffman torna qualquer filme (mesmo aqueles em que eventualmente a sua presença seja a única coisa que presta na produção) imperdível... e para a nossa felicidade o vencedor do oscar por 'capote', demonstra talento também como diretor... baseado em uma peça off-broadway (hoofman, john ortiz e daphne rubin-vega inclusive reprisam os seus personagens), 'vejo você no próximo verão', é repleto de bons e belos momentos (como a seqüência da primeira aula de natação)... contando a história simples de um homem que decide aprender a nadar e a cozinhar para superar seus 'traumas', hoffman faz, agora também como diretor, a ida ao cinema valer (e muito!) a pena.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

harry potter e as relíquias da morte parte 2 - de david yates

...a batalha entre o bem e o mal no mundo da magia se torna uma guerra entre centenas de bruxos, e harry potter, precisa se apresentar para realizar o seu último sacrifício enquanto o confronto com lorde voldemort se aproxima... olha eu nunca fui muito fã dessa série (nem dos livros e nem dos filmes)... assim, não chega a ser uma rejeição do 'nivel crepúsculo', eu só não gosto... quanto aos livros é puramente uma questão de gosto mesmo, já que reconheço todas as suas inúmeras qualidades literárias, mas quanto aos longas, eu sempre fiquei com a sensação de que poderiam sim ter feito mais e melhor... em um filme com sucesso de público e bilheteria quase que garantidos, poderiam ter investido mais na técnica, por exemplo... mas não é que eu ache que os filmes foram mal feitos, não é isso, só percebo por vezes uma certa preguiça no acabamento de algumas seqüências, principalmente, volto a repetir, em aspectos técnicos... essa última parte, por exemplo, é sem dúvidas umas das melhores, mas ainda assim alterna cenas majestosas com outras realizadas visivelmente pelos estagiários da produção (a maquiagem deles mais velhos na última cena é patética)... enfim, o balanço é de bilhões de dólares em bilheterias.