quinta-feira, 28 de outubro de 2010

eu matei minha mãe - de xavier dolan

...um jovem impetuoso vive em uma relação de amor e ódio com a sua mãe... falando em cinema independente... atravessando as fronteiras de hollywood e do cinemark, podemos chegar a uma conclusão: a galera yankee não nasceu para esse tipo de cinema... primeiro que o cinema independente (quase sempre associado ao cinema de arte) possui características que de uma maneira ou de outra não atingem o grande público... segundo que sei lá, o estadunidense em geral não é assim tão sensível e profundo... alguns até realmente se esforçam (e quase nos enganam), mas resultados como 'eu matei minha mãe', não encontramos no cinema made in usa que é pautado sempre na arrecadação... no filme em questão, além do afastamento natural dos elementos do cinema convencional, a produção ainda flerta com as artes, a psicologia e a filosofia... surpreende além do excelente resultado e das grandes atuações, a sensibilidade alcançada por um filme dirigido por um jovem de apenas 21 anos... xavier dolan é quem atua e dirige essa pequena obra-prima... guardem esse nome.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

o solteirão - de brian koppelman e david levien

...bem kalmen era o dono de uma rede de concessionária de carros, mas devido a problemas pessoais e profissionais, terá de começar a vida do zero... uma das saídas para os astros de outrora voltarem a trabalhar ou pelo menos serem levados a sério no final da vida (?), é apostar no cinema independente... alguns conseguem resultados espetaculares e se reinventam, como bill murray em 'encontros e desencontros', outros não chegam a tanto como michael douglas em 'o solteirão'... o ator vencedor do oscar de melhor ator em 1988 por 'wall street poder e cobiça' e que atualmente luta contra um câncer, teve as melhores intenções ao se envolver com este projeto, mas infelizmente o filme é fraco... a sensação é que a produção dirigida pela dupla brian koppelman e david levien (roteiristas de 'treze homens e um novo segredo' 2007), acredita ser muito profunda, intensa e tal, mas na verdade os personagens e as situações são aleatórias, as seqüências vão se atropelando e o final é pseudo-aberto só para o longa pagar de espertão e cult.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

the runaways garotas do rock - de floria sigismondi

...a história da banda de rock the runaways, composta somente por mulheres, centrada em especial nas integrantes joan jett e cherie currie... em 2001 uma menina de 7 anos (mesmo dividindo a cena com sean penn) roubava todas as atenções de um filme só para ela... o longa era 'uma lição de amor' e a tal menina era dakota fanning... alguns anos se passaram, ela apresentou algumas boas atuações até participar da saga crepúsculo e eu claro, questionar o seu talento... em 2002 uma menina de 12 anos (mesmo dividindo a cena com jodie foster) roubava todas as atenções de um filme só para ela... o longa era 'o quarto do pânico' e a tal menina era kristen stewart... alguns anos se passaram, ela apresentou algumas boas atuações até participar da saga crepúsculo e eu claro, questionar o seu talento... pensei 'mais duas crianças freaks talentosas hollywoodianas que crescem, perdem o talento e só continuam freaks'... mas aí 'the runaways as garotas do rock' atestou que o problema mesmo era com o filme dos vampiros... dakota fanning (digna de oscar) e kristen stewart estão brilhantes nos papéis de cherie currie e joan jett... além delas o excelente filme conta com o desempenho marcante de michael shannon e rock de verdade.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

juntos pelo acaso - de greg berlanti

...holly e messer são padrinhos da pequena sophie e se detestam, porém, um acidente fará com que ambos tenham que cuidar da criança a partir de agora... 'ligeiramente grávidos', 'vestida para casar', 'a verdade nua e crua', 'par perfeito' e agora 'juntos pelo acaso'... ou seja, nos últimos anos pensou em comédia romântica pensou em katherine heigl... agora se isso é bom para a carreira da mocinha que não morre nunca (?) no greys anatomy?... então, se olharmos do ponto de vista da conta corrente, é maravilhoso... agora se o objetivo dela é ser levada a sério, a história já provou que uma carreira pautada em escolhas do tipo possuem pouco crédito com a crítica... mas enfim, sejamos justos... ok que a atriz errou muito mais do que acertou até aqui, mas 'juntos pelo acaso' é super simpático... é previsível como todos os filmes do gênero costumam ser, mas ainda sim é o melhor filme de sua carreira até então... indico assistir em um dia de semana que você mate o trabalho, naquelas primeiras e vazias sessões da tarde... eu recomendando faltar ao trabalho para assistir uma comédia romântica nos cinemas?... nem vem, vocês não esperavam por essa.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

tropa de elite 2 - de josé padilha

...cap. nascimento faz o bope crescer e coloca o tráfico de drogas de joelho, mas não percebe que está ajudando os seus verdadeiros inimigos... quando exatamente nasce um super-herói?... nos eua quase todos (ou todos) surgiram em momentos em que o país sentiu-se ameaçado... no brasil (mais precisamente no rj) criamos o nosso no auge da violência urbana... capitão nascimento com a sua farda preta a bordo do caveirão é o nosso justiceiro... e não caça só bandidos, combate também a corrupção, o sistema e a hipocrisia política... por isso as suas ações são aplaudidas pelas platéias em êxtase e sedentas por justiça... e é aí que começa a minha preocupação... o filme como filme é ótimo, o elenco é talentoso, a técnica é competente e tal... o que me preocupa é a reação positiva da platéia que ovaciona o seu herói quando este fuzila três bandidos ou espanca um político corrupto... eu não sei até que ponto esse aval em forma de aplausos, assovios e manifestações do tipo 'nascimento para presidente!' é digamos, positiva... porque sinceramente a tal mensagem indiscutivelmente fascista do filme só faz sentido se nós proclamarmos 'é assim que tem que ser'... é preciso refletir sobre a sociedade em que queremos viver.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

comer rezar amar - de ryan murphy

...divorciada, elizabeth gilbert resolve embarcar em uma jornada de auto-conhecimento ao redor do mundo... nem comédia, nem romance, nem drama, nem filme de mulherzinha estrelado pela julia roberts... ok, talvez um pouco dos quatro também, mas 'comer rezar amar' é antes de tudo um filme de auto-ajuda... é impossível não se identificar pelo menos com uma das crises existenciais vividas e narradas pela jornalista interpretada por julia roberts... e mesmo que a gente não tenha assim, digamos, patrocínio para comer na itália, rezar na índia e amar em bali, é provável que todos simpatizem com a produção... seja pelo bom trabalho do elenco ou pelos diversos ótimos momentos do filme dirigido por ryan murphy, criador da série 'glee'... ainda tem a belíssima música original do filme, 'better days', interpretada pelo cantor eddie vedder (pearl jam)... se mesmo assim nada no longa te emocionar ou fazer com que você reflita um pouquinho, ou você é muito bem resolvido (parabéns) ou talvez esteja na hora de você sair por aí para comer, rezar e amar em algum lugar... mesmo que a sua jornada sofra uns pequenos ajustes do tipo comer em arraial do cabo, rezar em cabo frio e amar em búzios, será muito bom para você.