quinta-feira, 28 de abril de 2011

eu sou o número quatro - de dj caruso

...nove sobreviventes de uma guerra em outro planeta refugiaram-se na terra sob a proteção de um encantamento que obriga os seus inimigos de os matarem por ordem numérica... para você meu caro, o que é amizade? para mim é acompanhar uma amiga que surtou (essa é a palavra exata) com o filme 'eu sou o número quatro', desde a primeira vez que viu o trailer da produção nos cinemas... mas não estava na cara que seria terrível? sim estava (da uma lida na sinopse de novo), mas como amiga é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito (ou direito?), lá fui eu... apesar das outras opções de filmes e horários ela estava decidida (loucura mesmo)... cheguei a perguntar se ela tinha achado o ator bonito ou se lembrado de algo da infância (ué, sei lá), porque nem de filmes de heróis e com o mínimo grau de suspense essa pessoa gosta (vai entender)... enfim, a nossa amizade é maravilhosa, mas meu deus, o filme é ruim demais... do próprio título que da abertura para todo tipo de piada (já deve ter algum pornô parodiando), a trama que não faz a mínima força para tentar ser coerente... o diretor de 'paranóia' e o farofeiro do michael bay certamente realizaram uma produção a ser batida... como a pior do ano, é claro... mas amiga, eu te amo tá?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

pânico 4 - de wes craven

...sidney retorna a woodsboro para promover o seu livro, ao mesmo tempo, ghostface volta a aterrorizar a pacata cidade... a década de 90 era muito legal, a gente era feliz e sabia... o romário jogava na seleção, o nirvana e o guns n'roses tocavam nas rádios (para alguns os backstreet boys e as spice girls), a extinta tv manchete reprisava non-stop os cavaleiros do zodíaco e os filmes da série 'pânico' faziam a fila do cinema dar a volta no quarteirão... mesmo com aquelas figuras na presidência do país, a época era tão divertida que quase (eu disse quase) compensava... mas muita coisa que era engraçada ficou rídicula, e a década foi esquecida... como tendência é uma coisa que vai e volta, vez por outra presenciamos uns retornos... alguns dão tão errados que temos vergonha de falar a idade, outros dão tão certos que ficamos saudosistas, caso de 'pânico 4'... o filme que lançou moda na década retrasada (já?) é sim imperdível... do roteiro tosco na medida, as participações especiais e citações históricas, tão bom quanto o de 96... a produção ainda abre espaço para uma reflexão meio zuada sobre a sociedade contemporânea e a sua estranha relação com as novas tecnologias de comunicação e a fama... acreditem, bom demais (!).

sábado, 23 de abril de 2011

rio - de carlos saldanha

...alertada de que sua arara azul de estimação é o último macho da espécie, uma jovem decide viajar até o rio de janeiro onde encontra-se a última arara azul fêmea, e assim tentar salvar a espécie da extinção... coincidência ou não, antes do início do filme, um comercial sobre a 'nova' cidade do rio de janeiro entra em ação na tela... lindas imagens e um povo sorridente para ficar bem claro que novas políticas de segurança e outras iniciativas mais transformaram a cidade que é 'a marca registrada do brasil'... bem, todos já sabem que o rio de janeiro será a sede da final da copa do mundo de 2014 e dos jogos olimpícos de 2016... então mais do que nunca é preciso vender uma nova imagem do rio, tentar apagar o que foi divulgado até então pelo nosso cinema violência/pobreza tipo exportação (contraditório não?)... o objetivo é convencer os turistas que está tudo bem 'nessa terra mágica' apesar dos pesares... e 'rio' é exatamente isso, o retrato de uma cidade para 'estrangeiro ver'... copacabana, sambódromo, carnaval, lapa, corcovado, tudo ao som de sérgio mendes (música brasileira para estrangeiro ouvir)... para mim que trabalho, estudo e moro na cidade tudo me pareceu extremamente (!) fake e cheio de estereótipos... uma grande decepção.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

uma manhã gloriosa - de roger michell

...desempregada uma jovem produtora de tv aceita o desafio de revitalizar um fracassado programa matinal... como esse blog já estava quase ficando fluente em francês, resolvi fazer uma maratona em um desses cinemas de shopping ver o que hollywood andava aprontando... como nesses tais complexos um único filme ocupa às vezes metade das salas, nem tinham assim muitas opções... arrisquei com 'uma manhã gloriosa'... e sabem de uma coisa? nem doeu... na verdade eu me diverti bastante, pelo menos muito mais do que o esperado... o que me fez comprar o ingresso para esse filme e não para outro no mesmo horário? o trio de atores no pôster da produção: rachel mcadams (que eventualmente faz boas escolhas), diane keaton (que bem, já foi uma grande atriz) e em especial a do ator que tem crédito de sobra com quase todos os cinéfilos, harrison ford (cara que só encarnou hans solo, indiana jones e blade runner, ou seja, aos 69 anos ele pode sim fazer a merda que for)... o resultado do filme é leve, divertido e porque não, fofo... para os estudantes de comunicação ainda fica uma válida reflexão sobre os rumos da profissão e a eterna (necessária) busca do eqüilíbrio entre informação, entretenimento e audiência... super válido.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

turnê - de mathieu amalric

...famoso produtor de televisão abandona tudo para comandar uma companhia de espetáculos new burlesque... de vez em quando (sempre!), eu deixo bem claro nas postagens deste blog as pessoas que de alguma forma admiro (sou fã) no cinema... sei que acabo falando mais de uns do que de outros, ou por produzirem mais ou por estarem sempre em evidência na mídia... mas acreditem, existem inúmeros profissionais da sétima arte que gosto tanto ou até mais do que os 'sempre comentados'... um deles por exemplo, é o talentoso ator, roteirista e diretor francês mathieu amalric, que infelizmente tenho poucas chances de elogiar... protagonista de um dos melhores filmes da última década, 'o escafandro e a borboleta', amalric com seu último trabalho passou a ser reconhecido também como cineasta... 'turnê' rendeu para amalric o prêmio de melhor diretor e ainda prêmio da crítica internacional para a produção no festival de cannes 2010... o road movie de amalric é triste, cômico, erótico, decadente, teatral e autoral na medida... vale destacar ainda o jogo de culturas americanas e francesas brilhantemente entralaçadas pelo roteiro, e as atuações do grande elenco (destaque para o próprio mathieu amalric e miranda colclasure).

sábado, 16 de abril de 2011

cópia fiel - de abbas kiarostami

...após passarem uma tarde juntos, um autor inglês e uma galerista francesa começam a desenvolver um complexo jogo de interpretação de personagens... filmando pela primeira vez no ocidente após 40 anos de carreira, abbas kiarostami, comprova porque o seu cinema se transformou em uma espécie de grife... não é exagero afirmar que assim como almodóvar e tarantino, o mais importante cineasta iraniano realiza um cinema cheio de características próprias... mas ao contrário dos dois grandes exemplos citados, que praticamente fundaram estilos estéticos próprios, kiarostami foca em elementos menos perceptíveis aos olhos... é claro que a estética tem valor em seus trabalhos (vide os cenários escolhidos para as suas obras), mas definitivamente o diretor tem outras obsessões acima do visual... em 'cópia fiel' duas pessoas que de uma hora para outra passam a encarnar novos papéis, evocam o principal elemento de seus filmes, o tempo, que nos fazem sentir as dificuldades de lidar com as ilusões e frustações inevitáveis a vida real... a frente dessa pequena obra-prima esta juliette binoche (prêmio de melhor atriz pelo papel em cannes) que encara a câmera e encanta as platéias como poucas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

feliz que minha mãe esteja viva - de claude e nathan miller

...aos 20 anos de idade o maior desejo de thomas é reencontrar sua mãe biológica que o abandonou quando ele tinha apenas 4 anos... quando se trata de dilemas morais o cinema francês quase sempre nos oferece uma overdose... e em 'feliz que minha mãe esteja viva' não é diferente... afinal é possível perdoar alguém que te fez sofrer por 16 anos? digo perdoar de verdade?... dirigido por claude e nathan miller o longa baseado em um artigo de emmanuel carrère, que por sua vez se inspirou em uma história real, evoca essas e outras questões ao narrar a história de um jovem que foi abandonado aos 4 anos e que somente aos 20 tomou coragem de 'tocar a campainha e não sair correndo'... e aí o caos sentimental é tamanho que mãe e filho não sabem nem o que fazer quanto a essa nova e estranha relação, com inclusive, insinuações de uma tensão sexual... o grande mérito da produção esta na forma como o antigo assistente de françois truffaut e seu filho conduzem a trama pelo distúrbio obsessivo do protagonista... o discreto, mas eficiente trabalho de edição e o ótimo desempenho de elenco (vincent rottiers, perfeito) também são fundamentais para o excelente e impactante resultado apresentado.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

as mães de chico xavier - de glauber filho e halder gomes

...três mães, vivendo momentos distintos de suas vidas, resolvem buscar conforto junto ao médium chico xavier... as comemorações cinematográficas do centenário do médium mineiro francisco de paula cândido xavier resultaram em três filmes: 'chico xavier o filme' de daniel filho, seguido por 'nosso lar' de wagner de assis (dois grandes sucessos de bilheteria) e agora 'as mães de chico xavier' de glauber filho e halder gomes... mas a verdade é que infelizmente só o longa de daniel filho obteve um bom resultado... a produção de wagner de assis, apesar de todo esforço técnico, careceu no final das contas de um orçamento verdadeiramente hollywoodiano, já o filme em questão da dupla glauber filho e halder gomes, deixou a desejar em quase todos os quesitos... o elenco não é assim dos melhores, a estética é de novela das seis, a trilha sonora é medonha e a montagem na maior parte do tempo mais atrapalha do que ajuda.. a sensação é que qualquer resquício de emoção sentida durante a sessão não é causada pelo filme, mas sim pela história que independente do resultado é comovente... enfim, os melhores momentos da produção ficaram a cargo do ator nelson xavier, mais uma vez interpretando dignamente chico xavier nos cinemas.